sábado, 7 de dezembro de 2013

150

Era manhã de domingo, de dezembro, de Roberto.
O aniversário era dele, mas o dia parecia ser meu, mais meu que nosso. 
Me acordara as 7 da manhã com aquele sorriso lindo, e seus belos cabelos grisalhos que tiravam toda a graça existente no brilho do sol. Nada alí brilhava mais que aquele gesto de amor, de meu amado Roberto. 
As flores eram lírios, e algumas outras, outras tantas, do campo.
Ele me beijou aquela manhã, e seu beijo como de costume, tinha gosto de café, e aquilo me encantava, mais do que às flores. Roberto sabia como me encantar.
Roberto era mais velho 20 anos, foi o homem mais jovem em minha vida.  Transbordávamos em amor, sentimentos e lírios brancos com algumas flores do campo. Nosso sexo cheirava doce, Roberto me sentia bem e eu já não me sentia só. Seu corpo sobre o meu, tinha um encaixe perfeito. Talvez não tão bonito como nos filmes ou revistas, talvez não tão viril, mas como dito anteriormente, encaixe, sim, o encaixe nos cabia, e nos cabíamos, nós cabíamos. Entre nós, entre eu e ele, entre os corpos distintos, sedentos 1 do outro. Dentre todos os corpos que costumávamos habitar, nos encontramos no singular de nós, nos encontramos no meio termo, entre a primeira e a terceira pessoa EU, ELE. Nos encontramos todos os anos, em todos os aniversários, em todos os natais, em todas as viradas de ano e e de cama, em todos os dias, nos encontramos sós, nós, somos. Talvez eu ou talvez ele, ou talvez apenas Roberto sobre mim, em cima de mim e de uma cama, no meio de dezembro, em meados de setembro. Somos 1, somos 1.000. E talvez isso baste, e talvez isso apenas seja, seja amor, seja lá o que for... Talvez eu sobre Roberto seja o melhor tema, na contramão, meio eu, ou não. Parte de mim, dentro de mim. Talvez o amor seja isso, ou não.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Rimas, ponto e virgula.

Era um texto mal feito, mal escrito, e a letra também nao era das melhores... O papel tava amassado, com um borrão enorme de café bem no meio, e por incrível que possa parecer... era o que dava charme e forma ao conteúdo mal conduzido. Aquilo me intrigava, não pela mancha do café que acho cliche demais, mas as entrelinhas que eu, mais escritora que leitora, poderia ver e admirar mais do que qualquer um. Comecei a juntar os pedaços das palavras separadas por silabas de uma letra mal feita, e a desamassar a história e o me embolar no emaranhado de linhas azuis que so me davam a cada segundo a certeza de que eu estava prestes a me apaixonar novamente. Tudo aquilo foi ganhando cor, alma, e forma. Os cabelos eram pretos lisos, e a barba enorme, mal feita, como de costume para dar graça e poesia ao texto, mas na verdade não havia nada de feio ou mal feito. Mal feito mesmo era aquele borro de café de merda estragando minha história, nao vou dizer que quero um amor que goste de café para soar mais bonito e poético da minha parte! Chega de clichê, por que bonito mesmo e o que a gente sente. E eu ja senti o gosto do café, é amargo! Meu amor cheira a alecrim e tem gosto de baunilha que eu odeio! Odeio baunilha tambem, e odeio o amor, por isso ele tem esse gosto. É tudo medo! Medo de gostar de sorvete de baunilha e engordar, medo de amar, me perder, me entregar. mas se e pra ter gosto do que não gosto... por que ele nao tem gosto de café, o meu amor? Bem... Vos digo minha opinião! Café é amargo, eu penso logo no beijo! Nao adianta por açúcar o suficiente para um bom amador de café, ele ainda será amargo... e se ultrapassar no açúcar, será um amargo enjoado, por que sua essência e amarga, e logo penso... não podemos ser o que nao somos. Quem nasceu pra ser amargo, jamais sera doce! Entao, um beijo sabor baunilha por favor! Sem medos, arriscando, e que eu engorde, que eu ame, que eu me acostume com sua aparência amassada, velha, torta, mal feita, e com um borrao de cafe bem no meio! Que eu me acostume com seu jeito torto de ser como eu. E que eu consiga fazer com que isso nao seja apenas mais uma página jogada no chão do meu quarto. Mais uma página arquivada, esquecida, por algumas lágrimas ou falta de compreensão. Vamos devagar, eu escrevo, aprendi a ler as entrelinhas apenas por isso. Ja disse, sou boa escritora, nao leitora, vamos com calma. Um passo de cada vez, um abraço de cada vez... Focê foi a página de um livro que alguem jogou fora ou ate mesmo voou com o vento numa dessas tardes cheias de pessoas vazias. Nessas tardes frias, de papeis amassados, borroes de café,  e entrelinhas apaixonantes.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Bom dia Caetano, hoje não choveu tanto quando ontem.
Em compensacao, eu chorei. Mais que nos outros meses.
Senti saudade
Senti o frio
e medo
.
Tenho saudades suas, do calor daí, e do teu mar.
Da nossa casa, nosso cheiro, e nossas plantas.
Tenho tido pouco tempo para escrita, comendo muito, e praticado exercicios. 
E você? O que tem feito? 
Espero que esteja se alimentando bem, e cuidando da nossa horta. Colocando comida pro gato, sinto nao ter o trazido.
Sinto por nao ter dado certo, pra nós. 
E voce? O que sente? O que tem sentido?




sábado, 14 de setembro de 2013

50 tons de Dora.

Queria poder pegar todas as estrelas do céu, e somar com todas as cores do mundo. Multiplicar por todos os tons de azul e alguns lírios do campo pelo menos de 1 hemisfério e transformar em amor, pra Dora.
Queria poder aprender ao menos a dançar, e quem sabe poder um dia viajar a Barcelona com ela. Queria poder dizer à Dora ela fica linda com aquele seu vestido floral que ela tem, e que seu cheiro e seus cachos são unicos no mundo. Eu gostaria também de dizer a vossa senhoria, que não há nada de torto em suas pernas, e que torto mesmo sou eu e meu coração que é seu, Dora! E que se você tiver de tropeçar em algo, que seja em cima de mim, e marque horario para que eu espere. E espero, não me canso de esperar, por que eu sei, Dora, que maior amor no mundo não há.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A imagem branca e bonita da menina.

Aquilo que deixei de amar, não fora você.
Não fora ninguem.FORA, alguém?
Fora eu, o que  quis enxergar, o que  quis amar, o que  quis ser.
Te perdi. Te encontrei, ainda no mesmo corpo, mas já não era você, já não era Juliana, Maria, Joaquina, Camila, Fernanda, Fernando, já não mais amando. Já não sabia sua identidade, de onde era, se era da Bahia, de Minas, ou mais lá pros lados do Sul. Quem era você? Hoje eu sei, hoje admiro, e agradeço a quem fora, ou quem a fizera. Agradeço a mim, e a quem amei. Principalmente a quem amei, e amo.
Termino aqui minhas poucas palavras em amor e reticências... 

sábado, 18 de maio de 2013

Quando a ex fica mais bonita depois de ser atual.


As marcas, as manchas, a dor.
Mancha o suor à cor.
Fere à alma, dói.
Amor.
É isso, foi.
Não é mais...
Acabou.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

E vem sendo!

Tentando não me entregar me entreguei. Tentando fugir, me perdi. Voltando a amar, remei, pra longe, afundei; Me perdi, me encontrei, e não paro de me encontrar em você, em reticências, no silêncio, nos abraços de terceiros, ou quartos, em outros quartos, abraços, você! Me encontrei de novo. Ai ponto. Sem virgulas, pausas, cautelas, mentiras. Os sentimentos afloram  e vão tomando conta de mim, meio sem fim, fora do contexto, da historia, dos parágrafos, do controle, de nós. E eu tenho medo dessas coisas que mudam com o tempo, tenho medo dessas coisas traiçoeiras... como o mar apesar do meu santo ser de lá, como amar, como amo. Gosto, gosto tanto que dá medo, acho que é o medo de perder a rima, perder o equilíbrio, de não conseguir se salvar, e ser sina.
Tenho medo de tudo, e o que esse tudo possa me proporcionar  à vida.
Talvez amor, talvez amar, talvez você. 

domingo, 7 de abril de 2013

Que dancem as borboletas anonimas no túmulo da doce e linda flor.

De  todo o meu tempo gasto em palavras e sentimentos,  uma nova verdade surgiu, trazendo em si  uma capacidade imensa de pedir para ser expressa novamente, mas não só em palavras e si em gestos, atitudes, e amores completos, repletos de carinho e contato, e mais tato! Se pudesse, ser necessário, agradeceria, e meu amor também. Meu novo amor agora tem nome e sobrenome, de gente, não de crustáceo, tem cheiro e tem forma, e sorri. Atende meus telefonemas, e aceita sair comigo. Meu novo amor, tem nome de artista, mas nao usa roupas da moda, escuta um som maneiro, curte the smiths e parece ser um  tanto autoritaria. Tem personalidade forte, meu novo amor. Meu novo amor, como dito anteriormente em diversas vezes, é novo, tem cheiro de alecrim, e o amor nao começa com A maiusculo de tempos atrás quando se dizia ser de uma idealizaçao perfeita do Amor esperado. Nao sou portugues, nao venho de longe, nao curto Camoes, mesmo que pareça contraditorio, nao sou romancista, nao mais.  

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

4 elementos.

Gostaria de entrar para tomar uma xícara de café? Pois que entrem, entrem todos, que entre tudo, se é que me entende... Gostaria de pronunciar aqui, minhas inúteis desculpas ao mundo, e principalmente às flores, às borboletas, e às palavras. Ó palavras, que de tão amadas, foram esquecidas...
Medo, essa é a palavra, o sentimento, a definição. Medo de se perder nas palavras, de ser você o tempo todo, e de agradar as pessoas. Ultimamente estive vegetando existência,  cogitando a ideia de apenas viver por viver e buscar no fim dessa renuncia à vida, um futuro onde não possa haver arrependimentos, maquiagens borradas, horário marcado, e alguém que dependa de mim.
Peço encarecidamente a todas as pessoas que não me depositem confiança, quero apenas poder fazer o que gosto e faço, e continuar fazendo. Quero praticar esportes, e fazer poemas ao mesmo tempo. Quero me drogar também, e acordar numa calçada, e continuar me apaixonando todos os dias. Gosto disso, gosto do meu jeito, que ao meu ver me parece certo, e pode não ser também, mas quem definirá? Quero me sentir bem, e continuar nessa contradição imensa entre terra e ar, fogo e água. Quero ser matéria indefinida, não quero definições, quero poesia, vinda com uma boa paixão e uma xícara de chocolate quente, porque pra falar a verdade, eu odeio café. É isso, é só isso. Cansei.