segunda-feira, 18 de abril de 2011

A busca


Em mais um sábado ensolarado, eu me escondia atras de cortinas cor marfim que decorava a minha unica janela, que por sinal tinha uma previlegiada vista a uma das mais movimentadas avenidas de Londres.
Aproveitava minha tarde em profundo isolamento, eu, paredes, um aparelho antigo de tv, uma vitrola quebrada e algumas meias.
A cor da Tv não era das melhores, e pegava apenas um unico canal, a minha vida era como a programaçao da tv, sempre a mesma e eu não podia mudar isso, a não ser se comprasse um aparelho novo. Mas eu não tinha muito dinheiro, e o que guardava em meu fundo de garantia era para comprar uma casa, ja que morava de aluguel.
Eu trabalhava em um escritório jurídico, era auxiliar administrativa, mas nao queria ter isso como profissão. Sempre odiei direito e não sabia nem se queria fazer faculdade, nao sabia nem se teria um futuro.
O meu coração funcionava como um carro sem rodas, ele funcionava, mas não iria a lugar algum. Parado, fodido, e dilacerado por uma distancia filha da puta.
Eu já tive familia, até fazer 18 anos quando fugi da America do Sul para a Europa, eu tinha um plano, levar o meu coraçao comigo, mas ele não quis sair do lugar, ele não quis sair de Minas Gerais.
Eu prossegui na minha caminhada, a unica coisa que me faria ficar eram os seus braços, seus abraços, e a sua aceitação. Mas ela não aceitava a si mesmo, como iria me aceitar?
Tinha medos, frustrações, era uma covarde como eu.
Eu jurei a ela quando parti que logo estaria de volta, caso sentisse minha falta, caso ela pedisse por meu retorno. Dei meu numero celular, e lhe prometi que mandaria cartas.
Eu cumpri o que disse, a cada semana mandava uma carta, fora os textos que continuava a postar na rede, demorava, nao tinha muita frequencia, mas sempre que tinha tempo, eu ia a uma biblioteca que ficava a três quadras do meu apartamento, e lá postava textos em meu blog com um computador tao antigo, mas tao antigo, que so para se conectar a internet demorava uns 30 minutos.
Todos os dias eu acordava as seis da manha sem vontade nenhuma de viver, eu era forçada a acordar, a comer, a sair, e a trabalhar. Sem vontades, e com um só objetivo.
Certo dia, algo havia fugido da rotina, e eu nao precisei comprar uma tv nova, nem mudar de emprego, muito menos tinha decidido comprar um computador, ou passar em um vestibular.
Dois anos se passaram, e uma estranha bateu a minha porta. Abri a fechadura para perguntar quem era por uma distancia de mais ou menos 10 mm que prendia a corrente de cadeado à parede, perguntei sem expectativas. Ela estava lá, como eu tinha imaginado que fosse o nosso reecontro, talvez tivesse crescido uns dois centimetros, na sua boca ainda o batom de cor vermelho 27, e seu cheiro de Chanel 5 envolvia todo ambiente. Meus olhos se encheram d’agua logo que a vi, e ela sorriu aquilo me preencheu, e todo amor que havia morrido em mim tomou o lugar do vazio de sua ausencia.
Ao me dar conta que passamos mais parte do tempo nos observando, eu abri o cadeado e deixei que ela entrasse, ignorei minha aberta, beijei a como se fosse o ultimo beijo, como se fosse a ultima mulher [UNICA], afaguei seus cabelos.
Ela retribuiu o beijo, e logo disse em palavras doces, no embalo de sua proza fui te despindo, até a ultima peça de roupa, depois usei seu corpo reconstruindo o nosso elo perdido a tres longos e fodidos anos.
Fizemos tudo que devia ser feito, sendo uma só pessoa em dois corpos inuteis cheios de sentimentos.
Quando o sol começou a sugir no horizonte, eu acordei antes dela so para ter a certeza que nao houvera tomado uma garrafa de vinho e me afundado em mais uma grande decepçao, e graças a Deus ainda estava La quando acordei. Pronto, o mundo poderia acabar naquele momento, eu ja tinha felicidade para o resto da vida. Levantei e me direcionei a cozinha para pegar algo para despertar, voltando para admirar-la dormir, presenciando a sua fulga, ela apanhava suas roupas do chao da sala enquanto socava as mesmas em suas malas, levou um susto a me ver encostada na porta com uma camisa surrada de banda e uma chícara de café na mão e um sorriso largo no rosto. Eu sabia o que ela estava a fazer, e sutilmente a deixei partir.
Assim que ela sumiu pela porta, lagrimas quente dançavam sob minha face, será que fora o calor do café em meu rosto? Ou apenas meu exterior refletindo o que havia dentro de mim?
Ela ja nao era tao minha, nem eu tão dela, e eu ja estava me acostumando a minha vidinha de tv preta e branca (às vezes em serpia) com chuviscos, funcionando apenas no canal de esportes, e tambem a andar ate a biblioteca, afinal fazia muito bem a meu sedentarismo, meu emprego de secretaria e fotografa tambem ja era desde entao ridiculamente normal a esse ponto de minha vida.
Talvez eu tivesse perdido muito tempo esperando por uma unica pessoa, e talvez eu deva ainda estar esperando por essa.

terça-feira, 5 de abril de 2011


Dizem que para escrever, voce precisa sentir as palavras, viver a ideia.
Um dia pensei em parar de escrever e viver vegetando, eu tinha raiva das pessoas [e ainda tenho], eu sentia repulsa da humanidade por ser tao igual, por ser tao preconceituosa, e especialmente por ser capaz de enxergar exclusivamente aquilo que para eles seja “UM PADRÃO DE VIDA” Não quero ser um padrão, nao quero ter um, eu sou feliz assim e nao vou mudar por nenhum filho da puta, apesar de muitas vezes sentir uma imensa necessidade de suicidio por viver em um lugar de pessoas medianas, hipocritas, de um só padrão.
Eu ja pensei em morte, em fugir para um lugar distante, em viver trancada em casa como a vizinha que morrera a uns 2 anos atras, sim, ela nunca saia de casa, o maximo que ia da porta para fora era o jardim, colher suas amoras murchas. Pois, ela viveu em sua casa, ela morreu em sua casa, nao havia ninguem por ela, a nao ser a propria sombra, e sinceramente nao quero ser como a falecida Dona Zefa, que morreu aos 98 anos sem ter conhecido um bom orgasmo, sem sequer ter visto um unico por do sol, sem nunca ter ido a praia num domingo de manha para olhar para os detalhes das sungas dos surfistas.
Prefiro morrer agora a viver 100 anos uma vida dessas.
Eu sempre fui do tipo de pessoa que preferia ter varias ao mesmo tempo, pois, com  a capacidade que eu tenho de afastar seres humanos de mim, esse numero cairia para 10% de 100, ou seja,  pessoas que realmente me amam como sou, gorda ou magra, lesbica ou lesbica, virgem e nao virgem, mas enfim. Se um dia eu escrevesse um livro, desses 10% de pessoas que restaram em minha vida, eu citaria uma em especial, e para esta, reservaria umas 20 folhas do mesmo.
Se chama Angelica, é sapatao incubada e é incrivelmente maravilhosa e viciante. Tudo comecou quuando eu quis beija-la e ela com sua indiferença me fazia de besta, eu admito, por 2 minutos de minha vida eu cheguei a gostar de Angelica, isso agora é vergonhoso pois, hoje posso dizer que ela é minha melhor amiga.
É interessante citar Angelica no meu texto, pois, como eu expus a minha revolta com pessoas normais, hipocritas, e preconceituosas, eu posso falar que Angelica é o meu tipo certo de pessoa, porque ela é a unica que irá rir da minha desgraça caso eu perca um dente, ela é a unica que vai me aconselhar a pegar uma pessoa com aids ou pintar o cabelo de loiro com mexas ruivas... E  Apesar dela nao saber que temos muito em comum ( prefiro que ela nao saiba que eu gosto de QUASE as mesmas bandas que ela, entre várias outras coisas como amar o frio, e  comidas nao saudaveis) nos damos super bem. Prefiro esconder essas coisas dela pois, se eu dissesse que gosto das mesmas coisas que ela, teriamos sempre um dialogo terrivel e frustrante, imagina so eu concordando com todas as coisas que a agelica diz? KILL ME, KILL ME, isso, eu prefiro a morte, eu gosto de ser assim, contraditoria, irritante. Gosto de parecer um menino, gosto de me mostrar na internet para meio mundo de sapatao, gosto de ser uma não virgem, ótaria, e ter um mal gosto para roupas, pessoas, musicas, e fotos...  Gosto de ser tudo isso para a Angelica.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Amar, querer, sentir.

Quero te carregar no colo e sentir o peso do teu corpo no meu.
Quero chorar de olhos fechados, e ao abrir, eu quero ver o teu sorriso.
Eu preciso desse teu sorriso!
Quero poder fazer panqueca para voce no cafe da manhã e dizer o quanto voce é linda quando acorda.
Eu quero ser pessoa que te manda flores num domingo de manha, ou a pessoa que irá te fazer cartões no dia dos namorados.
Eu só queria te dar um beijo de boa noite, e poder falar baixinho em seu ouvido, que pode sonhar comigo tranquila e que eu vou estar aqui quando acordar.

INcerteza


Quem garante meu bem, que duraremos por muito tempo?
Quem pode nos dar a certeza de uma vida boa e fácil? Quem?
Eu não posso, mas sei meu bem, minha flor, eu tentarei até o meu ultimo adeus, até o meu ultimo sorriso, até o meu ultimo olhar.
Eu ainda vou presenciar um sorriso, ainda vou desfrutar d’um abraço com cheiro de fruta, eu ainda vou sentir o teu calor se unir ao meu, e assim meu bem, nesse dia, seremos um, não dois.